Desde a infância é imposto para nós como agir perante a sociedade, o jeito de se vestir, falar e até mesmo gesticular é sempre bem observado e consertado. As meninas ganham presentes que as incentivem a ser em boas donas de casa, já os meninos ganham aqueles que os incentivem a terem uma profissão seja ela jogador de futebol ou piloto de corrida.
E no meio desse processo passa-se despercebido pelos pais a maneira de respeitar o próximo e em alguns casos o contrário disso é aprendido pelos mesmos.
Onde quero chegar com essa introdução? A intolerância humana que acompanhou minha vida até o momento em que criei voz para que não pudesse mais ser atingida emocionalmente: o racismo. Ele ainda existe e existiu perante toda a minha infância.
O racismo me fez querer ter nascido branca um milhão de vezes, me fez me bater e puxar meu cabelo em frente ao espelho pois em minha mente eu havia nascido errada, logo eu, filha e irmã de mulheres brancas tachada muitas vezes de filha adotada e excluída diversas vezes pelos coleguinhas de escola.
A um tempo me relacionei com um rapaz, e tudo ia a mil maravilhas até o momento em que ele disse que eu não iria conhecer sua mãe, o motivo? Mamãe nunca aceitaria eu namorar uma negra e construir família com ela.
Goiânia, Outubro de 2018, e após tanto tempo vi o racismo ali, escancarado na minha cara.
Se querem saber o “relacionamento" acabou, por esse e por outros motivos que não convém dizer aqui mas o fato é: ainda existem pessoas de mente pequena que acham que o negro continua sendo inferior por ser negro, e isso caros leitores, é a maior burrice a ser pensada e pior ainda, falada aos montes.
Esses dias comecei a assistir uma série a qual recomendo para todos que leiam esse blog, se chama Meu Nome é Liberdade e conta a história de uma mulher desde sua infância.
Seu nome é Aminata Diallo (Aunjanue Ellis - imagem acima) e após uma invasão a sua morada a mesma foi vendida ainda criança para ser escravizada, como o próprio nome da série diz ela não parou um segundo até conseguir estar livre, mesmo passando por todo seu inferno interior e pessoal.
Não vou mentir que chorei o primeiro episódio inteiro questionando a Deus o porque que meus ancestrais vivenciaram aquilo, todo aquele sofrimento por causa de seu tom de pele não tinha justificativa alguma e ao terminar senti orgulho de onde vim e de minha história.
Amigos próximos a mim já me disseram que não sou negra, mal sabem eles que existem mais de 70 tons por aí e mesmo se minha cor não se encaixasse a minha alma se encaixa e espera pelo dia em que não mais existirá olhadas tortas e desvios por onde eu ou qualquer um semelhante a mim passar, nós queremos que a igualdade prevaleça entre todos, somos filhos do mesmo Pai então logo nenhuma divergência deva nos separar.
E aos que pensam ao contrario: vocês mal sabem o quanto um sorriso negro e um abraço negro, trás felicidade.
Já sabem onde me encontrar caso queiram agregar algo ou até mesmo debater sobre: @hilanyloise no Instagram :)
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